Complexo Cultural & Turístico Fábrica Mascarenhas
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2020
✰ Menção honrosa no Concurso Público Nacional de Anteprojeto de Arquitetura e Urbanismo para a Requalificação do Espaço Mascarenhas e Rua Dr. Paulo de Frontin
versa urbanismo, paisagismo e arquitetura + barra arquitetos
A Requalificação do Espaço Mascarenhas e da Rua Dr. Paulo de Frontin é um projeto que contemplou propostas de requalificação para as edificações históricas tombadas do centro de Juiz de Fora (incluindo o Mercado Municipal, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas - CCBM e a Antiga Sede Administrativa), projeto de espaço público e paisagismo para a Praça Antônio Carlos e Rua Dr. Paulo de Frontin, bem como a proposição de uma nova edificação para abrigar o Polo de Criatividade e Inovação.
O projeto tem como premissa agregar novos valores contemporâneos ao conjunto, valorizando os espaços públicos do entorno e retomando o caráter de pioneirismo e inovação que marcaram a trajetória do complexo ao longo dos seus mais de 130 anos. Assim, o Complexo Mascarenhas, que representou um marco industrial no século XIX e um marco cultural no século XX, torna-se um marco de inovação no século XXI, recebendo um novo programa alinhado às novas tecnologias, às novas formas de economia compartilhada, às novas formas de trabalho mais abertas e flexíveis e aos novos paradigmas de sustentabilidade social, econômica, ambiental e cultural. Propõe-se um ecossistema onde cultura e tecnologia se unem com propósito e potencial de inovação, de promoção da cultura, de valorização da história e de transformação do futuro.
A proposta busca estabelecer diálogo entre o contexto histórico e cultural no qual o Espaço Mascarenhas e a rua Dr. Paulo de Frontin estão inseridos e os novos elementos, trazendo uma linguagem e um uso contemporâneos em consonância com os objetivos delineados para o Complexo.
O projeto teve como diretrizes a preservação e conservação do patrimônio, a
integração dos volumes que constituem o Espaço Mascarenhas, a complementaridade de usos, acessibilidade e caminhabilidade nas áreas abertas e a sustentabilidade econômica, ecológica e social.
partido arquitetônico e urbanístico
O partido arquitetônico e urbanístico tem como gesto inicial a integração entre os diversos espaços abertos circundantes das edificações tombadas, privilegiando o espaço público como área de circulação em favor da conexão entre os diferentes usos do complexo e seu entorno.
O zoneamento é elaborado a partir das características morfológicas e vocacionais dos diferentes espaços existentes na área, dando suporte aos atuais usos do espaço e proporcionando variedade de ambientes.
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masterplan de intervenção
O Espaço Mascarenhas tem o potencial de se tornar o equipamento turístico e cultural mais atrativo de Juiz de Fora tanto para a população local quanto para visitantes. Para que isso se torne realidade, é necessário fortalecer os usos atuais, proporcionar novos atrativos e qualificar os espaços edificados e abertos. Partindo destas premissas, o Masterplan apresenta o anteprojeto arquitetônico e urbanístico que guiará a transformação do Espaço Mascarenhas e que servirá como base para futuras intervenções no Núcleo Histórico Urbano de Juiz de Fora.

diagnóstico
A Praça Antônio Carlos é dividida em duas partes pela Travessa Dr. Prisco: a porção oeste é equipada com um palco, uma grande área livre para eventos e uma pista de skate; a porção leste conta com um parquinho infantil e serve como acesso e estacionamento para a Base Militar, apresentando considerável extensão de sistema viário subutilizado. A falta de clareza e de articulação entre os dois quarteirões é acentuada pela dificuldade de travessia e pelo excesso de áreas residuais.
O conjunto arquitetônico apresenta pouca conectividade entre as edificações em função do precário tratamento dos espaços abertos de seu entorno, com acessos sem hierarquia e clareza. Algumas edificações encontram-se subutilizadas, das quais destacam-se a Antiga Sede Administrativa e o trecho de muro da Antiga Subestação, que por suas inserções em meio ao espaço público sugerem uso mais convidativos ao público.
implantação
A implantação busca solucionar sobretudo a integração entre as edificações e dar suporte aos usos existentes, bem como criar novos espaços para integrar outros usos ao Complexo (tal qual a praça coberta com bares e lojas). A paginação de piso agrega clareza e conecta as duas áreas da praça, enquanto os canteiros delimitam usos e têm, em sua própria volumetria, a inserção dos equipamentos que deixam de ser elementos desconexos no espaço público e passam a integrar a paisagem, reduzindo a percepção de elemento ocioso enquanto não estiverem sendo utilizados. Na área da praça mais próxima às edificações, uma fonte agrega referência e centralidade ao espaço, servindo como um grande átrio aberto de acesso aos prédios públicos. O elemento, além de proporcionar uso lúdico, faz alusão à Hidrelétrica de Marmelos, prestando um tributo à história da Fábrica Mascarenhas.
A readequação do sistema viário e a inserção de usos âncora nas áreas hoje subutilizadas buscam agregar vitalidade aos espaços públicos, ativar os espaços para as pessoas agregando vitalidade aos espaços públicos.

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A proposta busca qualificar o espaço para os usos existentes e potencializar novos usos, por meio da adequação do desenho urbano e inserção de mobiliário e equipamentos. Dividida entre área de canteiros vegetados, canteiros equipados e área de esplanada, a praça serve como espaço de circulação para o Complexo e integra as edificações.
A fonte em frente à Biblioteca serve como elemento lúdico de referência e centralidade ao espaço. O parquinho infantil, inserido em um dos canteiros, é composto por um percurso brincante, com elementos interativos e educativos que proporcionam a inclusão de crianças com deficiência. A pista de skate, mimetizada nos canteiros, atua como uso âncora para atrair público para o outro lado da praça, e, juntamente com a academia ao ar livre, compõe o uso esportivo da praça.
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A priorização da matriz de mobilidade urbana sustentável não passa somente pelo incentivo ao uso de transporte público e coletivo, mas também pelo aprimoramento das condições oferecidas pela cidade para a mobilidade ativa, como a qualidade das calçadas e infraestrutura cicloviária. Com o objetivo de qualificar e valorizar a experiência do percurso da Rua Dr. Paulo de Frontin, a via foi convertida em uma rua para pessoas, privilegiando a mobilidade ativa e a redução do trânsito de veículos. A rua foi elevada ao mesmo nível das praças e o acesso de veículos é restrito a acesso local, carga-descarga e emergência.
A disposição e concepção do mobiliário urbano e elementos paisagísticos baseia-se nas premissas de simplicidade, economicidade e resistência. Foi proposta a padronização das fachadas e do mobiliário urbano, associados à arborização urbana em harmonia com o contexto.
O Polo de Criatividade e Inovação ocupa toda extensão da área do antigo estacionamento, mantendo o térreo livre e guardando distância dos bens tombados, de modo a não obstruir as suas visuais.
O programa proposto se relaciona com os usos existentes e inclui um coworking com capacidade de até 120 pessoas, com áreas comuns e salas menores para reuniões; laboratório para fabricação digital (FabLab) e estúdios de produção audiovisual para criação de conteúdo em mídias digitais, com salas de gravação e estúdio fotográfico. As áreas de apoio incluem uma ampla recepção com mobiliário para reuniões informais, copa, depósitos e sanitários com chuveiro. O acesso ao espaço se dá pelo térreo da praça coberta, e em sua cobertura estão instaladas a horta urbana e placas solares para produção de energia


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![[CFM]_View08.jpg](https://static.wixstatic.com/media/911b07_283ef7c139804a20a84aca94aaccaf89~mv2.jpg/v1/fill/w_427,h_569,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/%5BCFM%5D_View08.jpg)
A área térrea sob o Polo de Criatividade e Inovação apresenta uma longa fachada ativa na praça coberta. Integrado com o Mercado Municipal, este espaço serve como extensão da área gastronômica, contando com módulos comerciais.
Ao fundo deste percurso, a própria praça coberta serve como foyer do Cine Teatro, um espaço versátil que fortalece o uso cultural do Complexo, consolidando-o como equipamento referência para a cena cultural de Juiz de Fora. O Cine Teatro é composto por um teatro que converte-se em sala de cinema ao baixar a tela de projeção recolhida na área técnica superior. Um painel retrátil no fundo do palco permite que a apresentação abra-se para o teatro da área externa, transformando o espaço em um teatro de arena para apresentações ao ar livre.
A chaminé e as caixas d’água, elementos tombados, inserem-se imponentemente no espaço, servindo como marcos visuais símbolos da requalificação do Complexo.
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As hortas urbanas são espaços de cultivo de alimentos que complementam as atividades agrícolas, atuando também como espaços de convívio e aprendizagem, promovendo diversos benefícios sociais, culturais, ambientais e paisagísticos.
Prevista na cobertura do Polo de Criatividade e Inovação, com uma área de cultivo de quase 700m², a cobertura verde auxilia na inércia térmica da edificação, serve como espaço de interação e fortalecimento de vínculos comunitários, conscientização ambiental, servindo também para o fornecimento de insumos orgânicos para a Escola de Gastronomia, para o Centro Dia e para o Mercado Municipal, auxiliando a economia local e interagindo com os diversos usos do complexo.
![[CFM]_View07.jpg](https://static.wixstatic.com/media/911b07_9e1ae85c6b984d31ac60a60ae66d7062~mv2.jpg/v1/fill/w_426,h_568,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/%5BCFM%5D_View07.jpg)
Visando a sustentabilidade e economicidade, foram elaboradas estratégias referentes aos materiais e tecnologias empregados no projeto: o tratamento das coberturas e fachadas busca estratégias passivas para climatização e iluminação das edificações; as soluções para águas pluviais baseia-se na permeabilidade e retenção da água da chuva para reutilização; as novas edificações são projetadas em Madeira Laminada Colada, material de baixo impacto, alta capacidade estrutural e leveza, que oferece à construção civil oportunidades superiores em relação aos materiais convencionais.



Arq. Camila Bellaver Alberti
Arq. Eduardo Kopittke
Arq. Fernanda Moreira
Arq. Mariana Mocellin Mincarone
Arq. Jean Michel Fortes dos Santos
Arq. Juliano Rodrigues
Arq. Rodrigo Leães